domingo, 29 de janeiro de 2023

Série Vicentina

Participo de alguns grupos de colecionadores de moedas do nosso país, em especial os grupos do nosso Maranhão e nestes desfrutamos dos prazeres peculiares aos numismatas que são conceitualmente aqueles que colecionam medalhas, cédulas e moedas. Naturalmente, esta ciência carrega em seu contexto as relações econômicas, artísticas e históricas.

As imagens de peças socializadas no grupo para mera apreciação, eventuais comercializações, entre outros objetivos, conferem prazer àqueles que comungam desta arte de colecionismo. No entanto, relatos textuais muito bem elaborados caracterizados por uma homogeneidade intermitente de narrativas históricas entremeadas de curiosidades e inevitável criticidade subjetiva, por vezes, em tons alternados mas que predominam aspectos jocosos pela própria natureza da situação ou pela hábil criatividade dos autores permeiam alguns destes grupos.

Para que tenham acesso à um destes textos, solicitei prévia autorização para compartilhar aos leitores de alcance deste canal de comunicação. Este, bem como a maioria dos compartilhamentos do grupo, é de autoria do colega numismata Dr. Leonardo Tupinambá.

Sempre que vejo os textos dos colegas, comento sobre a gratidão em poder contemplar, sobretudo pela pertinência temática e/ou temporal ou outra característica ocasional.

Conforme poderão observar o pequeno lapso temporal no texto disponível abaixo, antecipo minhas desculpas pela demora em socializar, embora ainda configure oportuno. Espero que também tenham uma leitura prazerosa e que possam visualizar um pouco do universo numismata. Quem sabe posso alcançar outros colegas que comungam de semelhante interesse.

"Dia 22 de janeiro se comemora a fundação, em 1532, por Martin Afonso de Sousa, da primeira vila do Brasil, igualmente o primeiro assentamento permanente português na América, a Vila de São Vincente, atualmente consistindo em um município de mesmo nome na região metropolitana da Baixada Santista.

O nome da vila foi inspirado por São Vicente de Saragoça, ou São Vicente de Fora, mártir cristão morto em 22 de janeiro do ano 304 por se negar a adorar os deuses pagãos. São Vicente tornou-se posteriormente o santo padroeiro de Lisboa (onde se encontram suas relíquias) e Algarve. Na numismática a data evoca a chamada “Série Vicentina”, oficialmente conhecida como as moedas do “IV Centenário da Fundação da Vila de São Vicente”, muito  embora sua autorização de cunhagem, pelo Decreto n. 21.358, seja datada de 04 de maio de 1932. As preditas moedas, em número de seis (100, 200, 400, 500, 1.000 e 2.000 réis), feitas em cupro-niquel, bronze-alumínio e prata, homenageiam fatos históricos e personagens do momento colonial celebrado. O que poucos historiadores contam é que o Povoado de Cananéia, hoje também um município do litoral paulista, data de 1502, tempo em que fundado por Cosme Fernandes. A razão do esquecimento da primazia de Cananéia, segundo especula-se, deve-se ao fato de Cosme Fernandes, cujo nome verdadeiro poderia ser Duarte Perez, ter sido um mero degredado, seja da primeira viagem de Américo Vespúcio ao sul do continente batizado com seu prenome (iniciada em 1501), seja de uma expedição não oficial de Bartolomeu Dias (ocorrida em 1499),  não um fidalgo português em pleno gozo de seu status, tal qual Martin Afonso de Sousa. Moral da história, parafraseando-se o escritor francês Honoré de Balzac, é possível dizer que a igualdade entre os homens pode até ser um direito mas não há poder ou lei sobre a terra que a converta realmente em um fato. Abaixo, peça do acervo, única em prata da “Série Vicentina”, onde consta a representação do monarca português D. João III, “rei amigo” de Martin Afonso de Sousa:"

Imagem de domínio de
Dr. Leonardo Tupinambá

Imagens de domínio do mesmo autor
Dr. Leonardo Tupinambá


sábado, 28 de janeiro de 2023

A burra de Pindaré Mirim

Pindaré Mirim é um município com habitações indígenas de épocas que fogem aos registros e que reserva aos maranhenses um legado de épocas de colonizações que remontam ao início do século XVII quando ordens imperiais pós retomada do território então sob posse dos francesses lançam luso-brasileiros à adentrar as regiões navegando pelos rios maranhenses e alcançando as terras do Pará.

A história destas regiões não escapam às missões jesuítas datadas de meados do século XVII aos meados do século XVIII e sob o pretexto das determinações relacionadas às revoltas provinciais recheiam os fatos relativos à balaiada quando sob decisões provinciais permitem instalações dos denominados núcleos de civilização como a colônia São Pedro de Alcântara com objetivos precípuos de pacificação dos revoltosos. As ações consolidadoras relativas à efetivação da colônia, como escolha da área e ação de campo, coube ao tenente-coronel, do imperial corpo de engenheiros, Fernando Luiz Ferreira no ano de 1840. Em 1881, foi declarada a extinção da colônia. Isto deu início às execuções dos projetos de instalações dos engenhos centrais em particular aquela denominada companhia de progresso agrícola com escolha do local em 1879, aprovação do estatuto em 1880 e cujas instalações foram definitivamente inauguradas em agosto de 1884.

A companhia encerrou suas atividades em 1915 e as instalações do engenho ficaram abandonadas às ações das intempéries da natureza e descaso humano até as intervenções do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN com início da restauração em 2016 e data de encerramento em 28 de julho de 2018. 

Entremeada de fatos históricos e cultural, o município de Pindaré Mirim reserva à todos uma significativa relação com acumulo de seus séculos de existência habitada.

Sejam os fatos históricos oficiais ou não, as lendas e toda espécie de relato, seus habitantes estão bem servidos de imensurável valor histórico e cultural.

Aproveitando a brevidade da comemoração do seu centenário de emancipação municipal que ocorrerá no dia 28 de julho de 2023, destaco o registro da famosa "burra", um cofre existente na prefeitura, que oportunamente permeia as conversas dos moradores pindareenses. Preciso de comprovação oficial para as origens que remontam à gestão do prefeito Raimundo Moraes Rego(Mundico Rego). Fechado até os dias atuais por haver perdido as chaves e/ou senha, conserva-se imponente e de aparência a preservar-se perpétuo além de configurar-se misterioso sobretudo pelo que armazena.

Visita em 27 de janeiro de 2023