quarta-feira, 3 de abril de 2024

O bosque e outras contribuições

Insisto na premissa que adota Santa Inês como um município que surpreende e desafia todas as teorias de gestão, economia ou de desenvolvimento. Doutra forma, desafio apontarem qual projeto de criação ou de desenvolvimento haja sido elaborado. Santa Inês surgiu ao acaso e assim permanece desafiando e surpreendendo com seu crescimento até os dias atuais.

Em particular, passamos por um momento que obviamente não nasceu agora e não é algo que se possa dizer que exista uma data específica para o despertar. A necessidade de lazer despertada na população surge como fruto de uma onda global na qual nos sentimos como parte integrante do público interessado e com similares justificativas das necessidades da prática de exercícios físicos e/ou promoção do contato com a natureza. Este momento talvez seja algo inusitado na história do homem. No entanto, acredito que seja unânime o pensamento de que o desenvolvimento promovido pelo avanço tecnológicas, sobretudo aquele que substitui a natureza pela selva de pedra, seja o responsável pela carência das práticas sociais mais rudimentares.

Diante das doenças psicosomáticas contemporâneas, vale citar as depressões e o stress habitual, recomendações de prática de atividades físicas como forma de integração social tem sido de recorrene recomendações à população. Outros fatores como o natural envelhecimento da população e simultânea redução da taxa de natalidade exigem políticas públicas que adotem a promoção de oportunidades de lazer e entretenimento.

Tenho uma memória invejável, inclusive recordando de lembranças da infância até os meus 2 anos de idade. Destas, destaco a primeira vez que estive em Pindaré Mirim quando ainda tinha 5 anos, sempre com os meus pais. A vista daquelas ruinas do engenho central foram impactantes. Eram imagens que não me abandonaram por muito tempo, pelo visto, até os dias atuais. Desde aquela idade ainda muito prematuro, creio, imaginava o descaso do poder público aos valores do nosso patrimônio histórico. Sempre olhei aquele ambiente como órgão de utilidade pública à gestão e turismo regional. Meu pai foi o primeiro a passar muitas informações sobre o engenho, coisas que futuramente foram descobertas e apresentadas com um ar de surpresa pelo IPHAN, no momento da restauração que ocorreria em 2017. Era angustiante pensar na perda total daquele patrimônio sujeito às intempéries da natureza. Felizmente, hoje surte como uma "fenix" real e que aos poucos vai sendo integralmente apropriado por todos os pindareenses.

Ver imagem do engenho central

Lamentavelmente, perdemos um símbolo de valor inestimável, que era o lendário pau-da-preguiça, Pau da paciência, uma figueira centenária habitada por preguiças que já configurou tema de múltiplas reportagens de alcance nacional. Novamente, desperta a imagem do descaso público em não valorizar seus símbolos, sua história, resgatando a área da planta com uma árvore da mesma espécie embora seja necessário um trabalho de levantamento biológico para perfeita identificação e aquisição. A ação seria seguida de medidas de proteção para evitar práticas que pudessem afetar a arvore.

Ver imagem do espaço

Ideias são portanto algo que não posso reclamar pois estas surtem demasiadamente, que digam aqueles que me são mais próximos. Destarte, por ter uma atração pela natureza, uma paixão especial por pedras e aficionado por castelos entre outras construções medievais, seria normal admitir que os pensamentos tenham certas afinidades. Sendo portanto fartas, surte como mais uma justificativa para que sejam socializadas, sobretudo quando as são de interesse coletivo.

Dentre várias ideias, oportunamente destaco aquelas relativas às nossas necessidades mais premente inclusive compartilhadas com amigos. A criação do bosque do lago Palmora. Um projeto que pretendia oportunizar aos santineisences e visitantes um acesso à contemplação de nossa vegetação regional e típica de mata ciliar ou baixos do vale do rio Pindaré, passeios pavimentados para circulação prática de ciclismo e caminhadas, equipamentos para prática de exercício, pequenos lagos para pedalinhos, além de horários programados pela manhã e fim de tarde com patrulhamento policial com fins a resguardar a segurança dos visitantes.

Ver imagem do bosque

Embora em espaço mais compacto, acompanhei a dedicação à criação de um pequeno local arborizado em área do parque da raposa, por onde passava diariamente, até que o porte já permitia as primeiras, mas ainda tímidas, florações. No entanto, a surpresa das primeiras flores foi seguida de uma imediata decepção da devastação daquelas árvores semelhante aos ipês. Tudo indicava uma atitude pública que hoje seria um espaço destaque em nossa cidade.

As ideias relativas à necessidade de um bosque com suas utilidades, como visto, não parecem ser uma exclusividade e tentativas de realização seguem pairando o imaginário popular diante das necessidades de espaços apropriados ao esporte e demais atividades de lazer e entretenimento além de funcionar como item atrativo nos loteamentos habitacionais locais.

Loteamentos: Bosque Santa Inês e Residencial Reserva do Vale

De todo feito, embora não possamos realizar todas as ideias, por indisponibilidade financeira e temporal, fico feliz pela oportunidade de vivenciar a realização de algumas destas, independentemente da autoria da execução.

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