Sobre os comportamentos execráveis quanto às postagens maldosas e disseminação das imagens trágicas, causadoras de total indiferença às tragédias reveladoras de sofrimento humano, percebi consenso com grandes autores do campo da filosofia e da doutrina jurídica.
Sugerindo critérios para formação do melhor guerreiro, já anunciava Platão em seus discursos: "Haverá um mecanismo de censura na escolha das fábulas a serem transmitidas, inspirado em duas regras básicas: 1) os deuses deverão ser mostrados como bons e apenas causadores do bem, sendo que os males deverão ter outra causa. Mesmo quando um deus punir alguém se deverá mostrar que tal punição foi para o bem da própria pessoa, que, no fundo, encontrava-se infeliz e precisando da intervenção divina.". (https://tiagomviolante.blogspot.com/2012/11/sobre-platao-republica-livro-ii-e-iii.html)
Nesta linha de raciocínio observamos a propagação de tragédias, situações deploráveis, mazelas sociais, que entendemos como tentativas de sensibilizar pelos "quadros" impactantes. No entanto, tais tentativas apenas banalizam o sofrimento alheio contribuindo para a desvirtuação do senso crítico em detrimento da "real" ou inocente intenção precípua.
Sobre as consequências maléficas quer na captura quer na publicação de tragédias bem como os enquadramentos jurídicos positivados ou leis em tramitações, sugiro a leitura, na integra, da excelente postagem de Éverton Gleisson Albuquerque da Silva da Jusbrasil assim como recomendo as demais fontes sugeridas no final desta publicação.
Desde o vilipêndio de cadáveres disposto no art. 212 do Código Penal-CP; o crime de omissão de socorro, art. 135 do CP, para aquele que, ao invés de prestar o socorro às vítimas de algum acidente, preferem filmar ou fotografar; os constrangimentos futuros às famílias e vitimas de casos não fatais são apenas algumas situações que já ensejam enquadramento jurídico legal. Entretanto, nenhum mal citado seria tão grave quanto a indiferença aos fatos horrendos, pois como já imaginava Platão, são nas boas atitudes que devem pairar as sensações mais agradáveis, sobretudo pela possibilidade de formação de "guerreiros" por suas mentes sãs e suas propagações de comportamentos dignos de perpetuação.
TEMA: Publicação de imagens trágicas: banalização do sofrimento ou forma de sensibilização?Projetos de lei criminalizam a divulgação de fotografias ou filmagens de tragédias humanas
https://www.folhavitoria.com.br/esportes/noticia/11/2016/compartilhar-fotos-de-vitimas-de-tragedia-alem-de-falta-de-respeito-tambem-e-crime
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