sábado, 31 de dezembro de 2022

Feliz 2023

Que façamos o balanço de 2022, revendo os momentos de aprendizagens e aqueles de singular gratificação. Que nos reservemos aos esplendor da imaginação com votos de vigorosa resiliência e de esperançosa motivação!




Feliz 2023!

Votos de Jeofton Trindade e família.

sábado, 24 de dezembro de 2022

Decorações natalinas

 


Arvore de natal, símbolo de frutificação, de vida. 

Os diversos símbolos natalinos enfeitam as residências e logradouros públicos ao longo do mundo. Sempre aguardo este período de variadas recordações mas que valem as lembranças dos momentos gratificantes compartilhados com nossos mais próximos. Tempo em que o mundo se enfeita e promove uma sensação gratificante.

Curto dos singelos adornos das residências às glamourosas decorações natalinas de cada cidade, sobretudo aquelas que temos o privilégio de curtir presencialmente em momentos de dedicação especialmente reservada ou mera passagem em viagem oportuna dos finais de ano. Nestas, contemplamos as belezas particulares de cada decoração.

Fico aguardando a tradicional decoração de nossa cidade, Santa Inês - MA, que nos surpreende com o avanço a cada ano. Portanto, como nossa mensagem é pública, fica aqui o registro das parabenizações pela requintada competência.

Que este período seja de reflexão às nossas atitudes, de agradecimento às nossas vitórias e conquistas, de verdadeira sensibilização aos menos favorecidos, de alento e cura aos enfermos, de respeito às diferenças e de tempo à indesejável hipocrisia.

Oremos por dias melhores para todos e que nosso natal seja repleto de luz para iluminar o caminho da sagrada esperança.

Feliz Natal

Votos de Jeofton Meira Trindade e família.

Dilema fatídico 2022

Todas as crenças e atitudes que se justificam fundamentalmente em uma teoria são questionáveis assim como, são igualmente suspeitas as análises baseadas nas superficialidades meramente conclusivas, ignorando a essência que a fundamenta. Portanto, observemos com parcimônia considerando a relativização das mesmas, sobretudo quando o assunto se referir à história das religiões e, consequentemente, a evolução histórica das sociedades nas suas divergências.

Segundo o antropólogo Levi-strauss existem estruturas comuns em todas as culturas, obviamente não são tão nítidas mas que se desenvolvermos um estudo analítico poderemos evidenciar estas estruturas. A exemplo do papai Noel que tem origens europeias, podemos citar as Katchinas que é um outro personagem originário dos índios do nordeste dos EUA e que desempenham funções análogas. Perceberemos outras culturas adotando outros símbolos funcionais que não são idênticos, mas que possuem uma linha estrutural semelhante.

O Natal no entanto não é a única herança pagã inevitavelmente agregada ao cristianismo e sempre teremos quem as aceite ou rejeite. Essa tem sido nossa desconfortável trajetória ao longo da história. Divergências que tem passado por extremismo radical e de consequências drásticas.

Todos os precursores das religiões estabeleceram regras com origens e fundamentações para diversos gostos adquirindo milhões de simpatizantes. Os mesmos tem registros de atrocidades e comportamentos repugnantes. Entre vários, uma atitude racional do jurista alemao conde Nicolau Luis de Zinzendorf me parece muito sensata e pacificadora quando diante das divergências de ideias religiosas arbitrou "Foquem apenas naquilo que os uni como cristão e não naquilo que eh diferente" e dessa forma pacificou conflitos transformando a região da Moravia que ironicamente contrariava o conflito comum ao resto do mundo.

Acho estranho a adoção fiel de qualquer teoria comportamental bem como sou contra o questionamento com base em conclusões imediatistas. Dessa forma acho que toda teoria apresenta uma fundamentação coerente  e não necessariamente recomendável, dependendo entretanto das circunstancias relativas factuais e temporais. Para este momento, seria prudente o idealismo kantiano com base na dialética sujeito e meio social para percepção das ideias. Uma qualidade que tem funcionado como mola propulsora e determinante do fracasso ou do sucesso. Desta forma, perceber as tendências artísticas são fundamentais ao lucro, mas a percepção das tendências sociais foram e são indispensáveis ao poder. Estas foram decisivas aos detentores momentâneos dos poderes e que sua árdua dedicação mantém a perpetuação do inevitável controle estatal e religioso com alternância de hegemonia ao longo da história.

Portanto, a vida é construída de comportamentos sociais pautados na recepção e aversão que resultam em sobreposição daquilo que se configuraria como tendência inevitável. Dentre elas, apesar de não surgirem acidentalmente, prefiro aceitar o festejo natalino com seus elementos simbólicos e, apesar da conotação econômica,  permeia o universo dos sentimentos baseados principalmente na fraternidade, compaixão e amor ao próximo, embora só funcione temporariamente.

Fico feliz em contemplar pelo menos este limitado instante.

Natal 2022

Estamos vivenciando períodos de uma globalização cada vez mais intensa. Não seria estranho observar reações instantâneas em países geograficamente distantes como efeito vinculado às alterações em outro país, inclusive aquelas mais sutis. Estas alterações modificam nossos estados emocionais e promovem desgastes físicos e mentais.

Vivemos uma época de transição histórica cujo desfecho ainda seja incógnito e, literalmente, dependente das reações globais ou de alguns países que detém nosso destino em um simples clicar de botões. Enquanto não fazem uso definitivo de tais procedimentos, seguem impondo suas determinações ao mundo ou aos seus grupos econômicos. Estes atuam como meros mecanismos impeditivos ou atenuantes.

Apesar de tudo, aproveitemos a "calmaria" que hora nos apresenta e que tenhamos esperança de que a elasticidade deste período transitório se estenda por gerações. É o melhor que podemos vislumbrar.

Aos que apreciam a leitura, devo sugerir algumas relacionadas ao contexto natalino como Natal 2021 e Dilema fatídico, ambas trazem retrospectiva e/ou culturas relacionadas ao natal.

Aproveito para resgatar mensagens anteriores e reiterar meus desejos natalinos.

"Nestes dias de atuais desconfortos pelas instabilidades e incertezas, sofremos o acelerar dos tempos e somos impedidos de detectar quaisquer indícios de beleza e contemplação do prazer. 

Nestes dias que sentimos o desgaste do mundo acelerado sufocar os revitalizadores momentos de reflexão humana, suplico pelo resgate aos pensamentos mais nobres da humanidade e que sejamos resilientes diante dos constantes desafios.

Neste dia em que já nos encontramos no decorrer do período deste 24 de dezembro de 2022 aproveito para registrar meus agradecimentos pela luz que ilumina nossas vidas.

Neste dia, aproveito para lembrar do período de decorações natalinas espalhados dos diversos países, estados e municípios às intimidades de nossos próprios lares. As decorações físicas que adornam praças, avenidas, ruas e outros logradouros, mas sobretudo as decorações espirituais emanadas de intensas compaixões próprias do período.

Em especial, àqueles que no momento se encontram sujeitos à algum sofrimento, espero que as luzes lhes alcancem proporcionando alento e dias melhores.

Neste dia de comemoração do natal , que Deus nos dê luz.

Feliz Natal"

Prof. Jeofton Meira Trindade




terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Premiados OBMEP 2022

Antes de relatar algo, nossos parabéns a todos os premiados. Ficamos felizes com sua participação e o reconhecimento pelo seu talento revelado, esforço e dedicação aos estudos.

Nossa lista está bem extensa, mas fico feliz em dedicar este tempo à captura individual de cada resultado obtido nos municípios jurisdicionados à Unidade de Educação de Santa Inês. O único filtro disponível na página da OBMEP é a classificação por estado e categoria. Cada escola poderá acessar o portal da OBMEP e buscar seus resultados. No entanto, o resultado público exige paciência para conferência. Portanto, embora tenha tentado facilitar, disponibilizando esta lista, sugiro que faça a conferência meticulosa para o resultado de sua escola ou município.

Conferir resultado na página da OBMEP

Vamos às comemorações.


Ouro 


Nível 2



JOAO ENZO SOLIDADE DA CONCEICAO

UI DRA OLGA BENTO

M

SANTA LUZIA


Prata


Nível 2


CARLOS HENRIQUE DA SILVA GOMES

EM PEDRO CALMON

M

SANTA LUZIA


Nível 3

ADOLFO FERNANDO SILVA ARAUJO

IFMA - CAMPUS SANTA INES

F

SANTA INES


Bronze



Nível 1

D ALESSANDRO JOSE COSTA ROCHA

UI DAGMAR DESTERRO SILVA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


DAVI CUNHA SOUSA

EM TOMAZ AQUINO BRINGEL

M

SANTA INES


WESLEY DE SENA RIBEIRO

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


JOAO VICTOR CORREIA SILVA

COL DEHON 1º E 2ºGRAU

M

SANTA LUZIA


Nível 2



VAGNO SILVA CARVALHO

UI DRA OLGA BENTO

M

SANTA LUZIA


CASSIO FURTADO PRATA

EM MARIA MARTINS BRINGEL

M

SANTA INES


Menções honrosas


Nível 1


WILTON DA SILVA SANTOS

UI ABDON BRAIDE

M

SANTA LUZIA


SOPHIA ELOI CARNEIRO LIMA

EM BANDEIRA TRIBUZZI

M

SANTA INES


GLENDHA GIOVANNA RIBEIRO DE PINHO

EM MARIA MARTINS BRINGEL

M

SANTA INES


ALICIA VITORIA S DA ANUNCIACAO

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


FRANCISCO DE OLIVEIRA DA SILVA

UI ABDON BRAIDE

M

SANTA LUZIA


HILARY CRISTINA SOUSA DE OLIVEIRA

EM MARIA MARTINS BRINGEL

M

SANTA INES


LARA JANSEN DA SILVA NUNES

EM NOVA DE TUFILANDIA

M

TUFILANDIA


WEMELLY ISABELLY SANTOS SOUZA

UNIDADE ESCOLAR MARIA DA CONCEICAO SOARES SILVA

M

SANTA LUZIA


HILTON SOUSA BORGES

UE TRAVASSOS FURTADO

M

SANTA LUZIA


JOAO RICARDO DOS SANTOS FREITAS

UE ASSIS MARRECA

M

SANTA LUZIA


RAPHAELA RILLARY F S OLIVEIRA

CE ALDENOR LEONIDAS SIQUEIRA

M

SAO JOAO DO CARU


RELLISON ERNESTE PONTES QUARESMA

UE PROFº PAULO FREIRE

M

PIO XII


SARA EUGENIA DE CARVALHO VIEIRA

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


Nível 2


SAFIRA DA SILVA LOPES

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


WISLANE VITORIA DE C SANTANA

UE CATULO DA PAIXAO CEARENSE

M

SANTA LUZIA


DALILIA COSTA TEIXEIRA

EM PROF JUSTINA BATALHA MACIEL RIBEIRO

M

PINDARE MIRIM


CLAYVER TELES DE ABREU

UE ASSIS MARRECA

M

SANTA LUZIA


CARLOS ANDREY POREIRA SILVA

UNIDADE ESCOLAR MARIA DA CONCEICAO SOARES SILVA

M

SANTA LUZIA


FREDSON LOPES FRANCA

UI DRA OLGA BENTO

M

SANTA LUZIA


GABRIELA ALVES DE SOUSA

EM BANDEIRA TRIBUZZI

M

SANTA INES


GUILHERME DE SOUSA MORAIS FERREIRA

UI FCO DE ASSIS SUDARIO DE OLIVEIRA

M

SANTA LUZIA


KAIO JOHANN DE CARVALHO GUIMARAES

UE GONCALVES DIAS

M

SANTA LUZIA


ALANNA BEATRIZ DE SOUSA MACEDO

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


GUILHERME DOS SANTOS GRANJEIRO

UE ASSIS MARRECA

M

SANTA LUZIA


MARCOS VINICIUS MATOS NASCIMENTO

UI ABDON BRAIDE

M

SANTA LUZIA


MARIO LINHARES DOS SANTOS JUNIOR

UNIDADE ESCOLAR MARIA DA CONCEICAO SOARES SILVA

M

SANTA LUZIA


MARIA CRISTINA RAMOS ALVE

CM NEY BRAGA

M

BOM JARDIM


GABRIELA RIBEIRO MARQUES ALENCAR

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


KAELYSON RENAN DA SILVA DOS SANTOS

EM ELIEZER MOREIRA

M

BELA VISTA DO MARANHAO


ANA LUIZA VERAS ROCHA

UI DR FRANCISCO BATISTA

M

ALTO ALEGRE DO PINDARE


ISADORA BARBOSA REIS

UNIDADE ESCOLAR MARIA DA CONCEICAO SOARES SILVA

M

SANTA LUZIA


RIQUELME DA SILVA RODRIGUES

EM EUZEBIO PINHEIRO

M

SANTA INES


Nível 3


LUCAS CONCEIÇÃO DA SILVA

CE JOSE MARIANO MUNIZ

E

SANTA LUZIA


ARTUR GABRIEL LIMA PINHEIRO

CE JOSE MARIANO MUNIZ

E

SANTA LUZIA


PEDRO ELIAS MENDES ARAUJO

CEM SENADOR JOSE SARNEY

E

SANTA INES


ANA CLARA SILVA COSTA

IFMA - CAMPUS SANTA INES

F

SANTA INES


ENOS VINICIUS ARAUJO REZENDE

IEMA INST DE EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARA

E

PINDARE MIRIM


GABRIEL RODRIGUES MELO NASCIMENTO

CENTRO DE ENSINO JANSEN VELOSO

E

PIO XII


LUCAS KAUÃ PEREIRA TEIXEIRA

CE JOSE MARIANO MUNIZ

E

SANTA LUZIA


ANA CLARA DE ARAUJO LIMA

IFMA - CAMPUS SANTA INES

F

SANTA INES


ANNE ISABELLA RIOS DA S. HOLANDA

CE JOSE MARIANO MUNIZ

E

SANTA LUZIA


BRENDA DOS SANTOS DE FREITAS

CENTRO DE ENSINO JANSEN VELOSO

E

PIO XII


EDUARDO COELHO ABREU

CEEFM GOV JOSE SARNEY

E

BOM JARDIM


ALEXANDER OMAR LAYAGA ROSAS

CEM SENADOR JOSE SARNEY

E

SANTA INES


ANTONY BEZERRA ARAUJO

IFMA - CAMPUS SANTA INES

F

SANTA INES


DANILO CERQUEIRA COSTA CRUZ

CEEFM BANDEIRA TRIBUZZI CAIC

E

SANTA INES


RANNA LAIS ALVES DOS SANTOS

IFMA - CAMPUS SANTA INES

F

SANTA INES


REBECA DA SILVA TEIXEIRA

CE JOSE MARIANO MUNIZ

E

SANTA LUZIA


JULIO DE TASSIO LAGOS FERREIRA CUNHA

CEM SENADOR JOSE SARNEY

E

SANTA INES

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Produção Jeofton

Terra das palmeiras

Mata dos cocais, uma região que embora não seja genuinamente maranhense, compõe uma de suas riquezas. Entretanto estende-se compartilhada com os irmãos de outros estados, entre eles o Acre, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rondônia e Tocantins. Uma vegetação que transborda beleza e preserva sua altivez e imponência seja em seu destaque isolado ou quando aglomerada. Beleza que pode ser aparente e percebida à distância ou contemplada em sua essência por quem compartilha sua presença no seu dia a dia, por vezes contemplando o branqueamento esfumaçado da neblina levemente movimentada entre a vegetação que vezes esconde e vezes destaca as palmeiras ao fim do crepúsculo matutino formando uma imagem mental privilegiada por seu povo ou por transeuntes de observação mais apurada.

A (Orbignya phalerata) ou babaçu, também chamado bauaçu, baguaçu, auaçu, aguaçu, guaguaçu, uauaçu, gebara-uçu, coco-de-macaco, coco-de-palmeira, coco-naiá, coco-pindoba e palha-branca repesenta uma dádiva incorporada aos valores culturais de um povo privilegiado por compartilhar da companhia permanente das palmeiras comum das áreas mais rurais em detrimento das vegetações que predominam as plantações de pedras em meio à discretas vegetações naturais urbanas. Um povo que aprendeu a aproveitar da totalidade da arvore como matéria prima à uma diversidade de necessidades próprias do homem do campo. Este utiliza a palmeira em construções vernaculares e para isto faz uso do tronco e folhagem em paredes, coberturas e esquadrias.

A criatividade humana parece fluir em campo fértil propenso a multiplicação de possibilidades de uso da palmeira em utensílios domésticos indispensáveis ou para eventuais demonstrações de bom gosto artesanal na produção de peças cuja imaginação permite criar. Para tanto, os artesanatos confeccionados com o babaçu representam os souvenirs que não podem faltar em lojas de lembranças turísticas representativas do Maranhão, embora não seja uma vegetação presente em todo seu território. Vale ressaltar as produções de peças de palha destinada às perfeitas a atrativas acomodações de aves em postura, ou seja, os ninhos de palha chamados de "panacu". Tambem de confecção em palha existem as famosas esteiras usadas para divisões eventuais como mero bloqueio da visualização conferindo privacidade, simplesmente para forrar o chão ou para as famosas portas(mensabas) das residências mais humildes e isoladas cuja fechadura se resumia a um providencial amarrado de cipó, cordão ou tira de tecido.

As tradicionais casas de taipa coberta com a folha da palmeira de babaçu e com paredes de barro, madeira e talo da folha da palmeira conferem um prazer desde a dedicação à construção, preparando a folha para cobertura, o barro para as paredes e pisos e a sensação incomparável de um ambiente peculiar das construções destas regiões rurais, por vezes, isoladas entre uma vegetação típica e que permitem a livre passagem do vento pelas aberturas superiores das construções e por onde podemos contemplar a claridade do dia, a beleza do céu noturno ou cujo contato mais íntimo com a natureza proporcionam sensações incomparáveis nos dias de chuva. Estes são valores que não podem ser representados e sim vivenciados.

Outro valor que podemos tentar descrever está relacionado à vida das quebradeiras de coco ou dos roceiros. Enquanto estes contemplam a companhia das palmeiras em suas áreas de roça, aquelas serpenteiam a vegetação comumente fechada usando rastros do caminhar frequente. Algumas quebradeiras costumam cantarolar em seu trajeto na busca das palmeiras carregadas de cachos de coco, juntam amontoados de coco utilizando "cofos" confeccionados também da palha do babaçu para o transporte e aglomeram-se na sombra entre a vegetação para retirada das amêndoas com seus machados e porretes. Estes momentos indescritíveis em sua plenitude, são proporcionadores de descontração pelo prazer muito peculiar.  Ao fim de uma jornada diária, deixam as cascas para posterior confecção de carvão de coco e levam as amêndoas retiradas para seus lares. Consequentemente, realizam a venda das amêndoas ou de seus derivados como o coco quebrado nos pilões de madeira ou do azeite produzido em processos artesanais simples, porém trabalhosos.

O mesocarpo do babaçu representa outro produto obtido do coco e seu uso pode ser destinado à confecção de bolos, bolachas e uma espécie de pó para misturar ao leite. Este produto, além de ser nutritivo e saboroso, detém indicações para uso medicinal contendo elevado poder nas ações cicatrizantes. 

A multiplicidade de formas de aproveitamento dos produtos oriundos da palmeira do babaçu não se esgota e na culinária configura como ingredientes presentes nos pratos mais saborosos e tradicionais do estado bem como nas alimentações de improviso mais imediato como o azeite aquecido junto com a farinha de mandioca amarela acompanhada de café, mas são os deliciosos pratos de galinha, bode e muitos outros cozidos no leite de coco que despertam atenção merecida na culinária maranhense. Despretensiosamente, ressalto a exoticidade da apreciação do "gongo" crú ou frito para alguns.  

A palmeira de babaçu e suas incontáveis funcionalidades já sustentou milhares de maranhenses, já enriqueceu alguns usineiros produtores de azeite, produtores de carvão em grande quantidade, etc,. Atualmente, ainda compõe o sustento de diversas famílias deste riquíssimo estado brasileiro. Já foi protagonista de diversas produções literárias maranhenses, algumas das obras representam as mais parodizadas do mundo como é o caso de "Canção do exílio" do poeta maranhense Gonçalves Dias.

De forma alguma pretendemos esgotar as possibilidades de exploração do potencial da Orbignya phalerata, mas deixaremos evidenciado que da sua literal sombra existencial à sua morte, encontramos utilidade. Pois nesta o material orgânico em decomposição representa um dos melhores substratos para plantas, sobretudo nos tradicionais canteiros maranhenses e enquanto viva permanece bela e altiva resistindo ao fogo acidental ou criminoso e aos volumosos níveis pluviométricos da região dos cocais.

Não poderia me despedir sem enaltecer os jardins dos "terreiros" daquelas residências com plantas típicas regionais geralmente envoltos em palmeiras, ambiente que trazem em sua singela essência a riqueza da vida, a felicidade que poucos tem o privilégio de apreciar, pois como poucos conseguem perceber os sons que as palmeiras produzem, analogamente, poucos apresentam sensibilidade aos prazeres mais escusos.

Jeofton Meira Trindade

Produções LSC

E-maranhando: terra das palmeiras foi o título criado para eletiva de base, uma disciplina pertencente à abordagem do novo ensino médio. Em particular, esta eletiva é de acompanhamento dos professores Claudemir de Jesus Irineu Soares e Jeofton Meira Trindade.

Acesso ao projeto "E-maranhando: terra das palmeiras"

Nesta postagem encontramos as produções dos alunos da escola Centro de Ensino Leuda da Silva Cabral de Santa Inês - MA.


A PALMEIRA DE BABAÇU


A PALMEIRA DE BABAÇU É UM PRESENTE DA NATUREZA

POIS FICAMOS ENCANTADOS É GRANDE SUA BELEZA

TEM IMPORTÂNCIA SEU CULTIVO E DEVEMOS PRESERVAR

E NO ARTESANATO SEUS PRODUTOS, PODEMOS TRANSFORMAR

ELA CRESCE DE 10 Á 30 METROS PARA GRANDE ADMIRAÇÃO

COM A CASCA DO FRUTO É FEITO O CARVÃO

COM ELE SOBREVIVEM

MULHERES QUEBRADEIRAS!

SENDO A ÚNICA RENDA DE ALGUMAS BRASILEIRAS.

SE REPLATARMOS PALMEIRAS.

A NATUREZA VAI AGRADECER

TRANSFORMANDO O AMBIENTE

PARA NELE MELHOR VIVER..

TEM UMA RIQUEZA QUE NÃO PODE SE ACABAR

E OS QUE DESMATAM ,TEMOS QUE CONSCIENTIZAR !

Edvânia De Carvalho De Brito - 1°D



Nosso Maranhão

Minha terra tem Palmeiras onde os pássaros a de cantar, aquela mata toda verde que fez-me apaixonar.

O vento vem tão forte, que começa a balançar, as palmeiras carregadas que me faz o coração alegrar.

Durante o dia vem aquela multidão, é uma só alegria e todos com sua maceta e o machado na mão.

Essa terra é tão querida e cheia de paixão, não estou falando de qualquer lugar, estou falando sim, do nosso Maranhão!

Evilin Maisa

Sou uma quebradeira  de coco babaçu
Essa é a minha profissão
Quebro coco com muito orgulho e amor no coração.

Levanto cedo e entro no mato, ouço o som do bem-te-vi  a cantar,
Sou trabalhadora e não gosto de amolar.

As cores esverdeadas chamam  muita  atenção 
Deixa qualquer um admirado com alegria no coração.

Aqui no Maranhão,tem tudo isso e muito  mais 
Minha terra rica em babacu  que me trás satisfação.

Samylla Raquel

Terra do babaçu

Terra cheia de riqueza aqui sim tem
Bastante beleza aqui onde o vento 
Sopra as folhas do babaçu a de 
Balançar

Os pássaros nas palmeiras a de 
Cantar, o vento a de passar
Aqui é meu lugar

Vendo as palmeiras desmatadas
Faz meu coração chorar, porque
Que existe ser humano que tem
Coragem de lhe matar

A beleza que ela tem sempre
Era além, eu digo não 
Custa nada fazer o bem

Lucas dos Anjos Bezerra

Isabela Silva

Karen

Este trabalho permeou um conhecimento mutidisciplinar e almejava produções literárias, culinárias e artesanais.

Nosso mascote


Infelizmente, as produções artesanais e culinárias foram comprometidas, mas tivemos acesso aos artesanatos locais, precisamente do artesanato do engenho central e o trabalho de parceria da vale com algumas comunidades ao longo da ferrovia carajás, sobretudo no tocante ao extrativismo do babaçu com ênfase na extração do mesocarpo da cooperativa Mãos de fibra do povoado Serra município de Tufilândia - MA.

Abaixo, uma galeria de fotos para demonstração do funcionamento da cooperativa Mãos de Fibra e a captura de momentos da apresentação na escola CE Bandeira Tribuzzi - CAIC no turno matutino, ambos para reprodução das ocorrência para conhecimento dos alunos da escola CE Leuda da Silva Cabral(LSC) por impossibilidade de participação da mulheres do grupo Rede de Mulheres Maranhenses no turno vespertino. Para isto, fizemos apresentação para escola LSC, reproduzindo todos os relatos da ocorrência na escola CAIC.

















Acesso à postagem inicial

Produções CAIC

E-maranhando: terra das palmeiras foi o título criado para eletiva de base, uma disciplina pertencente à abordagem do novo ensino médio. Em particular, esta eletiva é de acompanhamento dos professores Jeofton Trindade e Marilda Batista.

Acesso ao projeto "E-maranhando: terra das palmeiras"

Nesta postagem encontramos as produções dos alunos da escola Centro de Ensino Bandeira Tribuzi - CAIC de Santa Inês - MA. 


Minha Terra 


Minha Terra tem palmeiras

Onde canta o rouxinol

Pela manhã bem cedinho

Ao resplandecer do sol


Terra com muita riqueza

Para o nosso querido Brasil

Cheio de amor e esperança

Para o povo varonil


Sinto falta do sabiá

Cantando nas laranjeiras

E o canto de acauã

Que entoa nas palmeiras.


Maria Vitória Rodrigues Oliveira

Maranhão, 04.09.2022

Referência: canção do exílio 

- Gonçalves Dias.


O COCO BABAÇU

O COCO BABAÇU NASCIDO NO NORDESTE , O COCO É ULTILIZADO DE VARIAS FORMAS

DA PALMEIRA AO MESORCAPO 

DO CAROÇO DA AMÊNDOA AO AZEITE .É BEM UTIL PRA TUDO , E PRA TODOS , PRINCIPALMEMTE AS QUEBRADEIRAS DE COCO QUE SUSTENTA SUAS FAMILIAS , ATRAVES DO COCO, REUTILIZADO. PRA OLEOS, COSMÉSTICOS, DOCES, SALGADOS, CARVÃO, ETC...

JASMIM LIMA ARAÚJO - 12/09/2022


Produções artesanais


Produção de Maria Vitória

Panacu(utilizado para ninhos) e abano

Produção artesanal de kleison



Apesar da vasta culinária maranhense com ênfase nos pratos onde o babaçu está presente de alguma forma, seja como óleo, azeite, leite, ..., ficamos restritos ao preparo e apresentação do famoso "capitão", por sinal nostálgico e delicioso, assim como a produção de um arroz típico no azeite de coco que fizeram um dueto perfeito. Outra oportunidade de apreciação da culinária peculiar ocorreu na apresentação das senhoras da Rede de mulheres maranhenses onde naquela ocasião e após palestra provaram dos biscoitos e mingau do mesocarpo do babaçu.

O trabalho de parceria da vale com algumas comunidades ao longo da ferrovia carajás, sobretudo no tocante ao extrativismo do babaçu com ênfase na extração do mesocarpo da cooperativa Mãos de fibra do povoado Serra município de Tufilândia - MA foi tema de uma apresentação na escola.

Abaixo, uma galeria de fotos para demonstração do funcionamento da cooperativa Mãos de Fibra e a captura de momentos da apresentação na escola CE Bandeira Tribuzzi - CAIC no turno matutino, ambos para reprodução das ocorrência para conhecimento dos alunos da escola CE Leuda da Silva Cabral(LSC) por impossibilidade de participação da mulheres do grupo Rede de Mulheres Maranhenses no turno vespertino. Para isto, fizemos apresentação para escola LSC, reproduzindo todos os relatos do evento na escola CAIC.
















Acesso à postagem inicial





E-maranhando: terra das palmeiras (CAIC e LSC)

O objetivo desta publicação consiste em destacar obras em alusão à palmeira babaçu e toda relação pertinente. Algumas publicações já foram eternizadas. Obras como a famosa "Canção do exílio" do poeta maranhense Gonçalves Dias ganharam reconhecimento internacional e configuram entre obras mais parodizadas do mundo.

Nossa relação capilar com uma vegetação de marcante presença da Attalea speciosa ou palmeira babaçu é retratada em vasta literatura popular, algumas compondo músicas ou hinos e outras retratando sentimentos afetuosos com as belezas de nossa terra. Portanto, apresentaremos algumas obras já reconhecidas e outras novas produções dos alunos da escola Centro de Ensino Bandeira Tribuzzi - CAIC e Centro de Ensino Leuda da Silva Cabral envolvidos da disciplina do núcleo diversificado denominada Eletiva de Base com o tema E-maranhando: terra das palmeiras.

Entre as obras mais reconhedidas temos a famosa Canção do Exílio, apresentada e posteriormente analisada conforme segue:

Canção do exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Recanto Poético: Canção do Exílio As Avessas - Jô Soares (recantopoeticolettig3.blogspot.com)


Gonçalves Dias, além de poeta, foi jornalista e advogado. Nascido no ano de 1823 em Caxias-MA, morreu na mesma cidade de origem e 1864. Em sua carreira literária, Gonçalves se destacou como grande representante da primeira fase do Romantismo no Brasil, conhecida 
também como geração indianista ou nacionalista.

Análise do poema

A Canção do Exílio foi um poema escrito por Gonçalves quando ele ainda cursava direito na Faculdade de Coimbra (Portugal), no ano de 1847. Naquele país, teve contato com as primeiras obras literárias portuguesas, sobretudo, dos poetas e escritores Almeida Garret (1799-1854) e 
Alexandre Herculano (1810-1877).

A canção é um poema composto por cinco estrofes, sendo três quartetos, com quatro versos e dois sextetos, com seis versos. Nele é possível perceber a admiração e patriotismo que o autor 
tinha em relação ao Brasil.

Em um dos trechos do poema, Gonçalves deixou transparecer um pouco da saudade que sentia 
do seu país de origem. O sentimento de retornar era tamanho que ele escreveu:

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;.

Além disso, percebemos uma relação da obra com a própria composição do Hino Nacional Brasileiro, realizado em 1831, em dois versos do poema Canção do Exílio:

Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida, (no teu seio) mais amores.

Conforme relatamos, muitas paródias foram produzidas como: 


Meu país tinha palmeiras,
Lá cantava o Sabiá;
Que hoje quase não canta
Porque poucos deles há.

Nosso céu, tem sim, estrelas,
Mas, nas várzeas não há flores,
Nossos bosques têm queimadas,
Há mais ódio e desamores.

Ao deitar, todas as noites,
A lembrar ponho-me cá;
Daquelas lindas palmeiras,
Do canto do Sabiá.

Meu país tinha primores,
Mas já não os vejo cá.
Ao lembrar –sozinho, à noite-
Quanta tristeza me dá!
Onde estão minhas palmeiras,
Onde anda o Sabiá?

Permita-me, Deus que eu morra,
Sem que tenha de ver cá;
Mais depredação das matas
E a extinção do Sabiá,
Destas matas brasileiras
Qu’igual no mundo não há.

Miriam Panihghel Catvalho


Canção do Exílio às Avessas
Jô Soares

Minha Dinda tem cascatas
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem coqueiros
Da Ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
Nào fazem cocoricó.

O meu céu tem mais estrelas
Minha várzea tem mais cores.
Este bosque reduzido
deve ter custado horrores.
E depois de tanta planta,
Orquídea, fruta e cipó,
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim
feito pela Brasil's Garden:
Não foram pagos por mim.
Em cismar sozinho à noite
sem gravata e paletó
Olho aquelas cachoeiras
Onde canta o curió.

No meio daquelas plantas
Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Pois no meu jardim tem lagos
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.

Minha Dinda tem primores
De floresta tropical.
Tudo ali foi transplantado,
Nem parece natural.
Olho a jabuticabeira
dos tempos da minha avó.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Até os lagos das carpas
São de água mineral.
Da janela do meu quarto
Redescubro o Pantanal.
Também adoro as palmeiras
Onde canta o curió.
Nào permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.

Finalmente, aqui na Dinda,
Sou tartado a pão-de-ló.
Só faltava envolver tudo
Numa nuvem de ouro em pó.
E depoies de ser cuidado
Pelo PC, com xodó,
Não permita Deus que eu tenha
De acabar no xilindró.

Canção do Exílio As Avessas é uma paródia de Jô Soares. Em particular, criado oportunamente sob as circunstâncias críticas à politica nacional vigente na época e usando como texto base a Canção do Exílio de Gonçalves Dias. Esse texto é um dos inúmeros textos parodísticos criados a partir do texto do poeta maranhense.

Seguimos destacando apenas algumas da milhares de produções que parodiam a Canção do Exílio ou que retratam a joia maranhense.

Hino de Santa Inês

Outrora no vale do Pindaré
Antes das vilas e dos canaviais
Predominava o Índio Amanajé
Em meios às sombras dos babaçuais

Lagrou após o,lugar mais projeção
Pela pesca, lavoura e pecuária
E pelo exemplo de dona Inez Galvão
Entre outras mestras extraordinárias

Brava gente, terra amada!
Lar de paz hospitaleiro
Ó Santa Inês, prestigiada
Neste solo brasileiro

Sua cultura é tradicional
Do bumba-boi ao folguedo junino
E do terreiro ao brio do carnaval
Da vaquejada a festa do divino

Hoje, esbelta e tão modelar cidade,
Com o eixo rodoviário ativo
E a ferrovia dando prosperidade
Com o comercio a esse povo altivo

Acredite

Acreditar é ter fé
naquilo que ninguém prova.
É dispensar a certeza
que geralmente comprova.
Pois a dúvida é uma dívida
e a conta só se renova.

Acredite no improvável,
acredite no impossível,
enxergue o que ninguém vê,
perceba o imperceptível
e enfrente o que, para muitos,
parece ser invencível.

Acredite em você,
na força da sua fé,
nas vezes que você teve
que remar contra a maré.
Cada “não” que alguém lhe disse
deu forças pra que surgisse
um desejo de provar
que quando a gente tropeça
se levanta e recomeça
sem parar de caminhar.

Acredite em tudo aquilo
que lhe torna diferente
em tudo que já passou
e no que vem pela frente.
Acredite e seja forte,
não espere pela sorte,
não espere por ninguém,
pois de tanto esperar
você pode estacionar
e deixar de ir além.

Acredite e não se explique
pois poucos vão entender:
só se compreende um sonho
se o sonhador for você.
Há quem possa lhe animar,
há quem possa duvidar,
há quem lhe faça seguir.
Mas não descuide um segundo
pois muita gente no mundo
quer lhe fazer desistir.

Acredite, pense e faça,
use sua intuição,
transforme sonho em suor,
pensamento em ação.
Enfrente cada batalha
sabendo que a gente falha
e que isso é natural,
cair pra se levantar,
aprender pra ensinar
que o bem é maior que o mal.

Que primeiro a gente planta
e só depois vai colher.
O roteiro é sempre este:
lutar pra depois vencer.
E que a arma mais potente
seja sempre a sua mente
munida só de bondade.
Se você não se entregar,
dá até pra acreditar
nessa tal humanidade.

Enfim, acredite em tudo
que é bom e lhe faz bem.
Acredite, inclusive,
no que lhe faz mal também,
já que, pra se proteger,
é preciso conhecer
o que vai se enfrentar.
Que você nunca se esqueça:
Não importa o que aconteça
Não deixe de ACREDITAR!

Bráulio Bessa, Poesia que transforma

A triste partida - Patativa de Assaré

Setembro passou
Oitubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós
(Meu Deus, meu Deus)

Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
(Ai, ai, ai, ai)

A treze do mês
Ele fez experiência
Perdeu sua crença
Nas pedras de sal
(Meu Deus, meu Deus)

Mas noutra esperança
Com gosto se agarra
Pensando na barra
Do alegre Natal
(Ai, ai, ai, ai)

Rompeu-se o Natal
Porém barra não veio
O sol bem vermeio
Nasceu muito além
(Meu Deus, meu Deus)

Na copa da mata
Buzina a cigarra
Ninguém vê a barra
Pois barra não tem
(Ai, ai, ai, ai)

Sem chuva na terra
Descamba Janeiro
Depois fevereiro
E o mesmo verão
(Meu Deus, meu Deus)

Entonce o nortista
Pensando consigo
Diz isso é castigo
Não chove mais não
(Ai, ai, ai, ai)

Apela pra Março
Que é o mês preferido
Do santo querido
Senhor São José
(Meu Deus, meu Deus)

Mas nada de chuva
Tá tudo sem jeito
Lhe foge do peito
O resto da fé
(Ai, ai, ai, ai)

Agora pensando
Ele segue outra tria
Chamando a famia
Começa a dizer
(Meu Deus, meu Deus)

Eu vendo meu burro
Meu jegue e o cavalo
Nós vamos a São Palo
Viver ou morrer
(Ai, ai, ai, ai)

Nós vamos a São Palo
Que a coisa tá feia
Por terras alheia
Nós vamos vagar
(Meu Deus, meu Deus)

Se o nosso destino
Não for tão mesquinho
Ai, pro mesmo cantinho
Nós torna a voltar
(Ai, ai, ai, ai)

E vende seu burro
Jumento e o cavalo
Inté mesmo o galo
Venderam também
(Meu Deus, meu Deus)

Pois logo aparece
Feliz fazendeiro
Por pouco dinheiro
Lhe compra o que tem
(Ai, ai, ai, ai)

Em um caminhão
Ele joga a famia
Chegou o triste dia
Já vai viajar
(Meu Deus, meu Deus)

A seca terrívi
Que tudo devora
Lhe bota pra fora
Da terra natá
(Ai, ai, ai, ai)

O carro já corre
No topo da serra
Oiando pra terra
Seu berço, seu lar
(Meu Deus, meu Deus)

Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu lugar
(Ai, ai, ai, ai)

No dia seguinte
Já tudo enfadado
E o carro embalado
Veloz a correr
(Meu Deus, meu Deus)

Tão triste, coitado
Falando saudoso
Com seu filho choroso
Exclama a dizer
(Ai, ai, ai, ai)

De pena e saudade
Papai sei que morro
Meu pobre cachorro
Quem dá de comer?
(Meu Deus, meu Deus)

Já outro pergunta
Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato
Mimi vai morrer
(Ai, ai, ai, ai)

E a linda pequena
Tremendo de medo
Mamãe, meus brinquedo
Meu pé de fulô?
(Meu Deus, meu Deus)

Meu pé de roseira
Coitado, ele seca
E minha boneca
Também lá ficou
(Ai, ai, ai, ai)

E assim vão deixando
Com choro e gemido
Do berço querido
Céu lindo azul
(Meu Deus, meu Deus)

O pai, pesaroso
Nos fio pensando
E o carro rodando
Na estrada do Sul
(Ai, ai, ai, ai)

Chegaram em São Paulo
Sem cobre quebrado
E o pobre acanhado
Procura um patrão
(Meu Deus, meu Deus)

Só vê cara estranha
De estranha gente
Tudo é diferente
Do caro torrão
(Ai, ai, ai, ai)

Trabaia dois ano
Três ano e mais ano
E sempre nos prano
De um dia vortar
(Meu Deus, meu Deus)

Mas nunca ele pode
Só vive devendo
E assim vai sofrendo
É sofrer sem parar
(Ai, ai, ai, ai)

Se arguma notícia
Das banda do norte
Tem ele por sorte
O gosto de ouvir
(Meu Deus, meu Deus)

Lhe bate no peito
Saudade de móio
E as água nos óio
Começa a cair
(Ai, ai, ai, ai)

Do mundo afastado
Ali vive preso
Sofrendo desprezo
Devendo ao patrão
(Meu Deus, meu Deus)

O tempo rolando
Vai dia e vem dia
E aquela famia
Não vorta mais não
(Ai, ai, ai, ai)

Distante da terra
Tão seca mas boa
Exposto à garoa
À lama e o baú
(Meu Deus, meu Deus)

Faz pena o nortista
Tão forte, tão bravo
Viver como escravo
No Norte e no Sul
(Ai, ai, ai, ai).

Neste vídeo tem a história de Patativa com Luiz Gonzaga: PATATIVA ETERNO. - YouTube

Para disponibilizar as obras de produção exclusiva da eletiva, iremos apenas disponibilizar o link para as produções conforme segue: