sábado, 20 de maio de 2023

Em busca das locomotivas do engenho central de Pindaré Mirim

Apenas figurativo

A intenção precípua deste projeto é a de localizar as locomotivas Martinus Hoyer e São Pedro que pertenciam à Companhia Progresso Agrícola do Maranhão. Para isto, adotaremos várias ações voltadas à este propósito e iniciaremos pela revisão do material bibliográfico existente, seguida de postagem de resultados das leituras. Desde já, fica o convite aos colegas que, independente de suas áreas de atuações, sintam-se motivados pela temática e despertem algum interesse pelo desafio.

Aproveitando uma primeira leitura de material disponível na internet, recorremos às próprias denominações relatadas pelo autor Francivaldo Alves Nunes na obra "NA GIGANTESCA FLORESTA DE METAIS: "O Engenho Central São Pedro do Pindaré e os debates sobre a lavoura maranhense no século XIX":

Em setembro de 1883, a locomotiva Martinus Hoyer percorria o primeiro quilômetro da ferrovia e, no ano seguinte, em 16 de agosto de 1884, a grande fábrica era inaugurada, com direito a discursos, jantares, festas e manchetes dos jornais da capital. Pode-se mesmo dizer que foi um grande acontecimento, com a presença de autoridades, de grandes proprietários de terras e jornalistas. Conforme escreveu Jerônimo de Viveiros, recuperando o ufanismo da época, o Maranhão entrava “no terceiro ciclo da história do açúcar, cuja maior realização seria o Engenho Central São Pedro, no vale do Pindaré”.

Destacamos, a seguir, outras partes que aludem às locomotivas no  mesmo artigo de Francivaldo:

As informações que se registrava do novo empreendimento não era só de conflitos e escassez de recursos. Às margens da linha férrea, onde até então só havia mata, instalaram-se fazendas de cana, como Canadá, Califórnia, La Ventana, Palissy, Santa Inês, entre outras. De acordo com Ribamar Caldeira tratava-se de um lugar onde os seus habitantes eram despertados, para o labor do campo, pelos silvos das locomotivas “Martinus Hoyer” e “São Pedro” e ainda pelo barulho das rodas de 105 vagões de 3 toneladas, correndo numa linha reta sobre pontes, aterros e onze bueiros. De forma, um quanto idealizado, era descrito como lugar de uma vida trepidante de um centro de grande produção, servido pelos fatores do progresso: a máquina, a locomotiva, a luz elétrica e o telégrafo.

E ainda,

Segundo Jerônimo de Viveiros, a estrutura do engenho era de fato surpreendente e uma das melhores do país. Possuía 500 bois para transporte de cargas, 35 carroças, cerca de 50 casas de madeira, 3 léguas de terras e 10 km de ferrovia, sendo que estava montado em vasta esplanada, à margem direita do rio Pindaré, com área de 140 x 130 pés e uma chaminé de cem pés de altura. Existiam ainda outras partes que completavam a estrutura mecânica do engenho, como as duas locomotivas que transportavam as canas em 105 vagões de 3 toneladas, o que demonstrava a grandiosa do empreendimento.

Apesar de minhas elucubrações dedicadas ao estudo de vários assuntos, destaco o conhecimento da história relativa ao município de Pindaré Mirim e, inevitavelmente, municípios cujas histórias estão intimamente correlacionadas.

Ressaltamos que apesar da insistente recorrência ao escritor Francivaldo, já ostentamos vários outros autores dedicados aos escritos relacionados ao tema da história do Engenho Central de São Pedro e, simultaneamente, à Companhia Progresso Agrícola, história de Pindaré Mirim ou de Santa Inês, e muitos outros tópicos inerentes.

As dependências do engenho central foram então abandonadas em 1914 e resistiu às ações intempéries por mais de um século. No entanto, a "ressuscitação" do patrimônio arquitetônico parece multiplicar no povo desta região o reconhecimento da importância dos valores históricos e culturais. A história dos engenhos centrais do Brasil ostentou dados sempre extremistas, transitando entre os máximos e mínimos desde suas inaugurações ao seu declínio. Podemos então evidenciar neste audacioso projeto alguns pioneirismos inevitáveis pois seus materiais de construção como estruturas e esquadrias em ferro fundido e maquinários foram adquiridos de fabricantes inglêses. Portanto, tal construção e investimento proporcionou a primeira estrada de ferro do estado do Maranhão e a primeira produção de energia elétrica do país além de muitos outros títulos de grandiosidade da época.

Imbuídos do espírito de reconhecimento da importância histórica, patrimonial e cultural, convidamos nossos leitores a reforçar esta busca ao destino das locomotivas Martinus Hoyer e São Pedro, as duas locomotivas da Companhia Progresso agrícola do Maranhão.

Uniremos forças com o engajamento dos interessados e, consequentemente, teremos várias ações culturais e/ou educacionais em alusão ao desafio, principalmente ações advindas das postagens mobilizadoras na internet.

Vamos ao desafio!

Brevemente estaremos disponibilizando links de grupos para este objetivo específico nas redes sociais e outros canais existentes.

Desde já, estamos na incumbência de gerar uma galeria onde disponibilizaremos as imagens das locomotivas e outras pertinentes.

Galeria de fotos(em pendência)

Abaixo alguns links referenciais que pretendemos ampliar continuamente

Agenda Maranhão (agendamaranhao.com.br)

História (cmpindaremirim.ma.gov.br)

Engenho Central de Pindaré Mirim completa hoje 136 anos de existência – Portal Pindaré (portalpindare.com.br)

Dialnet-NaGigantescaFlorestaDeMetais-8499407 (2).pdf

LIVRO_Santa-Ines_45anos.pdf (cmsantaines.ma.gov.br)

Agenda Maranhão (agendamaranhao.com.br)

O TREM EXPRESSO: LOCOMOTIVAS A VAPOR - Parte 2



quarta-feira, 10 de maio de 2023

O paradoxo do olhar

Ahhh, vejamos a condensação do vapor da água da atmosfera que se deposita em gotículas sobre superfícies horizontais e resfriadas, o orvalho fisicamente estático e indiferente que chega com o resfriar do dia. Frequente das madrugadas são percebidas nos espelhos de retrovisores, nos vidros e parabrisas, superfícies metálicas, cerâmica de telhados, no gramado e na imagem clássica revelada como gotículas depositadas nas folhas. Seria então redundante o convite ao resgate de suas imagens mentais gravadas pela sua própria experiência, uma vez que no início da leitura o fenômeno fático já o encarregaria da busca espontânea. O contato com este fenômeno da natureza é um olhar muito pessoal e de sensações próprias de cada literal momento que modifica suas percepções segundo seu estado de bem estar. Apesar da imagem física estática aquele momento pode revelar-se extasiante para alguns ou mórbido para outros.

Migremos para a imagem da cerração, nevoeiro, neblina, garoa, ou outra denominação regional caraterizada pela imagem de uma espessa fumaça majoritariamente intermitente entre as fases mais densas que impedem totalmente a visualização e as fases mais rarefeitas que ofuscam as imagens da vegetação e o relevo.

Se o orvalho é desafiador aos apreciadores da arte da fotografia, a captura da diversidade de possibilidades permitidas pelo nevoeiro próprio das noites, madrugadas ou cedo amanhecer, não é tarefa fácil, principalmente àqueles que não dispõem de equipamentos adequados, gerando verdadeiro tédio pela disparidade da beleza capturada pelo olhar em detrimento daquela ofuscada imagem revelada nas câmeras.

Ainda muito cedo, ao leve clarear dos primeiros raios do sol do amanhecer consolidando a dádiva de mais um dia para contemplar, surge outra oportunidade inebriante merecedora de captura pelas retinas mais apuradas ou pelas surpreendentes lentes profissionais.

Momentos comuns das primeiras partes do dia, mas ainda na frieza do mesmo, temperatura atrativa para uns e insuportáveis à outros, instantes em que a claridade ainda suave é também dicotomicamente  apreciada. Imagens que provocam o desejo de apreciação àqueles que gozam de uma áurea própria do bem estar, mas que não surtem tão apetecíveis àqueles enfermos físicos, mentais ou espirituais.

Portanto, aproveite para apreciar até a mais singela beleza própria de cada momento, de cada lugar, pois a percepção das belezas são inerentes e próprias de suas fases sensoriais.